quarta-feira, 6 de maio de 2015

Debatendo Regras: Aprimorando seu personagem em Mutantes e Malfeitores


Debatendo Regras
Aprimorando seu personagem
em Mutantes e Malfeitores

Criar um personagem em Mutantes e Malfeitores pode ser a coisa mais fácil do mundo. Alguns cálculos, algumas olhadelas em uma lista ou tabela e pronto, temos um personagem. Adaptar um personagem de um tipo qualquer de mídia é igualmente simples e com o mesmo processo logo chegamos à uma ficha. Mas até que ponto isso pode ser melhorado?

Já comentei este tema por aqui mas nunca é demais revê-lo. Ter um personagem é algo simples, mas das realmente vida para ele requer cuidado, estudo, perspicácia e zelo. Seja ele próprio ou uma adaptação montar a estrutura de um personagem necessita sutileza. Tanto Magneto quanto Polares, dois personagens mutantes da Marvel, possuem o mesmo poder de manipulação de magnetismo. Sem esquecer os níveis de 'potência' de seus poderes, cada um deles é capaz de certos feitos que o outro não é, além tantas outras peculiaridades e pequenos detalhes. Cada um desses detalhes é que darão vivacidade para sua adaptação e seu personagem.


Para isso uma pequena perícia existente no livro “Manual do Malfeitor” mostra-se muito interessante e extremamente útil. Com o sugestivo nome “Usar Poder” (página 28) esta perícia demonstra a um poder que foi desenvolvido através de exaustivo treinamento. Como no próprio texto diz esta perícia “é muito útil em campanhas em que você queira diferenciar a eficácia de um poder (determinada pela sua graduação) da habilidade do personagem em usar o poder (determinada pela graduação do personagem nesta perícia).” Interessante, não é? Mas você pode me perguntar: por que raios eu precisaria usar isso se em última análise o poder funcionará igual ou seu efeito será igual? Alguns podem dizer que é preciosismo, mas a alma de nossos personagens está justamente nos pequenos detalhes, nas pequenas peculiaridades que damos à cada um deles.

Em última análise usar esta perícia confere ao personagem uma performance de seu poder baseada em um exaustivo treinamento e estudo. Mas é só isso? Não. Esta é apenas a camada superior de nossa análise. Se analisarmos mais de perto veremos que a perícia “Usar Poder” tem praticamente a mesma mecânica da perícia Concentração (Módulo Básico, página 44). Quando adquirimos a perícia Concentração é como se disséssemos que o personagem consegue, de forma universal, valer-se dela. Nada de mais até aqui. Ele poderia usá-la em todas as circunstâncias cobertas pela regra de forma universal. Mas, e se sua concentração não fosse a mesma em vários de seus usos? Para isso temos a perícia “Usar Poder”.


Imagine que nosso personagem tenha a perícia Concentração em uma graduação X qualquer. Isso significa que ele pode valer-se dela, como já dissemos acima, em todas as circunstâncias com aquela graduação. Mas imaginemos que um de seus poderes, por exemplo Telepatia, foi treinado por ele desde a mais tenra infância. Isso faz com que ele tenha muitas facilidades no uso deste poder que não estão necessariamente ligadas à potência dele, sua facilidade com tanto treinamento possibilita que o uso deste poder seja mais fácil, menos cansativo, que seu esforço requeira menos penalidades, que a sustentação dele seja mais duradoura etc. Ou seja, tudo aquilo que Concentração possibilitaria de forma universal é diferente para aquela poder específico. O contrário também acontece. Imagine que um personagem possui uma alta graduação na perícia Concentração, mas por qualquer circunstância que seja, sua capacidade de aplicar seus efeitos em um poder seja menor. Esta perícia é tão interessante que podemos chegar à extremos de graduá-la com níveis diferentes para cada poder, deixando assim nosso personagem com detalhes incríveis quanto a sua atuação.

O uso desta perícia é simples, embora gaste alguns bons pontos de poder. Ela tem de se adquirida para cada efeito exclusivo que confere e isso pode ser para um, alguns, vários ou todos os poderes, dependendo de como esses poderes atuam com o personagem.

Construir um personagem, como já disse, é a coisa mais simples que existe, mas dar-lhe alma e o transformarmos em um referencial é o mesmo que esculpir cuidadosamente. O resultado final sempre será facilmente notado.


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